Riqueza em forma de felicidade

Butão: o país que trocou o PIB pela FIB

No Butão, um pequeno reino encrustado na cordilheira do Himalaia, o importante é ser feliz. Lá o dinheiro é coadjuvante. Tanto que o país trocou o conceito de Produto Interno Bruto (PIB) pelo de Felicidade Interna Bruta (FIB). O exemplo integra os esforços para que o mundo adote índices menos materialistas e mais sustentáveis para avaliar o seu desenvolvimento.

A ONU busca encontrar um modelo capaz de aprimorar o PIB e o IDH falando, portanto, de economia, expectativa de vida e educação. Ladislaw Dowbor, doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, critica o PIB, por considerá-lo uma “contabilidade clamorosamente deformada” e sente falta no IDH de temas como segurança e meio ambiente.

— Estamos acostumados com avaliações que não contemplam os interesses das pessoas e a sustentabilidade — diz. O Brasil é um bom exemplo para apontar a necessidade de novos indicadores.

É o que deixa claro o questionamento de Mauricio Broinzini Pereira, coordenador-executivo da Rede Nossa São Paulo, movimento que promove análises mais abrangentes de São Paulo.

— O Brasil é a sexta economia do mundo, mas qual é a nossa qualidade de vida? O cerne desta questão fez a França iniciar em 2008 um trabalho de revisão dos seus indicadores. O estudo foi liderado pelo americano Joseph Stiglitz, Nobel de Economia, o grupo referendou a necessidade de casar economia, ambiente, bem-estar e qualidade de vida nas estatísticas que apontam o desenvolvimento nacional.

Até o momento, pelo conceito e efeito prático na vida da população, o modelo do Butão se assemelha mais ao que a ONU procura. País de PIB reduzido, é o lar de 700 mil pessoas que vivem com baixos índices de analfabetismo, miséria e fome. O FIB, adotado pelo reino asiático, leva em conta nove itens. Cultura, educação, saúde, uso do tempo, padrão de vida e ambiente integram o grupo que ainda envolve um aspecto chamado “bem-estar psicológico”.

Explica o especialista em FIB Vicente Gomes:

— É o que os cientistas tratam por felicidade. Avalia a satisfação do cidadão sobre sua própria vida. O FIB coloca o homem no centro da avaliação.

Texto original de Guilherme Mazui disponível aqui

Deixe um comentário